Ela não soube me dizer o que aquilo significou. Naquele momento houve uma troca tão intensa. Duas mãos se descobriam, os dedos deslizavam uns pelos outros como se precisassem desesperadamente manter o contato. E em nenhum momento se afastavam.
Um diálogo tão harmonioso, um encaixe perfeito e algumas palavras para complementar o momento, tal qual uma cobertura de bolo. As mãos estavam frente a frente. Duas mãos direitas impossibilitando a simetria. Elas se percorriam, desde as pontas dos dedos, desde as unhas, passando pelas articulações delicadas de cada dedo, até se encaixarem. Como se não houvesse mais movimento possível, os dedos permaneceram entrelaçados por milésimos de segundo. E em seguida as mãos continuaram deslizando, depois vacilando entre o pulso e o meio do antebraço.
O movimento se repetia com pequenas alterações sem que eles percebessem.
A mesma sequência acontecia, dessa vez com uma mão sobre a outra. A harmonia estética agora existia: mão direita sobre a mão de direita, era perfeito.
A pele sentia tudo intensamente, era de uma sensibilidade nunca antes percebida naquele local.
O silêncio era melhor do que as palavras vãs que as bocas proferiam, mas elas faziam isso numa tentativa desajeitada e inoconsciente de tornar tudo mais agradável. E conseguiram. A voz agradava, era bonita e meio rouca. Além disso, saía sussurrada, pois naquela madrugada, apenas aquelas mãos não dormiam. Conversavam baixinho e trocavam experiências que as bocas ainda não tinham sido capazes de trocar.
Permaneceram assim por pouco tempo, mas na hora pareceu muito. E foi muito porque significou muito.
"Alguma coisa se desencadeara nela, enfim." Clarice Lispector
Um diálogo tão harmonioso, um encaixe perfeito e algumas palavras para complementar o momento, tal qual uma cobertura de bolo. As mãos estavam frente a frente. Duas mãos direitas impossibilitando a simetria. Elas se percorriam, desde as pontas dos dedos, desde as unhas, passando pelas articulações delicadas de cada dedo, até se encaixarem. Como se não houvesse mais movimento possível, os dedos permaneceram entrelaçados por milésimos de segundo. E em seguida as mãos continuaram deslizando, depois vacilando entre o pulso e o meio do antebraço.
O movimento se repetia com pequenas alterações sem que eles percebessem.
A mesma sequência acontecia, dessa vez com uma mão sobre a outra. A harmonia estética agora existia: mão direita sobre a mão de direita, era perfeito.
A pele sentia tudo intensamente, era de uma sensibilidade nunca antes percebida naquele local.
O silêncio era melhor do que as palavras vãs que as bocas proferiam, mas elas faziam isso numa tentativa desajeitada e inoconsciente de tornar tudo mais agradável. E conseguiram. A voz agradava, era bonita e meio rouca. Além disso, saía sussurrada, pois naquela madrugada, apenas aquelas mãos não dormiam. Conversavam baixinho e trocavam experiências que as bocas ainda não tinham sido capazes de trocar.
Permaneceram assim por pouco tempo, mas na hora pareceu muito. E foi muito porque significou muito.
"Alguma coisa se desencadeara nela, enfim." Clarice Lispector
4 comentários:
Significativo esse post, hein?
Seu blog é sua cara!
;)
=***
Posso falar de novo?!
vai escrever bem assim na...
q isso... eu sou fã disso aki...
e eu gostei msm...
rá... espertinha... huUHa...
;**** beiba!
Faço das palavras do filhote de zungu chamado Hellen, as minhas palavras, e acrescento mais: os textos da Anna, com dois "enes", por favor, me surpreenderam! Muito bons mesmo!
=]
vc sabe exatamente qual sorriso eu daria ao ler isso
ficou otimo...
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